Falar em Albert Schweitzer (1875 – 1965) é sinônimo de reverência à vida. Arrisco a afirmar que ele foi uma alma sempre pronta para produzir. A busca pela sua felicidade e realização foram a chave do seu sucesso. Com 30 anos, na Alemanha, gozava de uma reputação famosa como teólogo e músico. Exímio construtor de órgãos, tinha especial predileção pelas obras de Bach. Com beleza e sensibilidade à flor da pele, e sempre pronto para conquistar mais, formou-se médico e partiu com sua esposa pra a África, no município Lambaréné no Gabão.
Albert Schweitzer foi um teólogo, músico, filósofo e médico alemão, nascido na Alsácia, então parte do Império Alemão (atualmente, uma região administrativa francesa). Descendente de uma linhagem de importantes políticos locais, Albert Schweitzer foi filho de Louis Schweitzer, cujo pai era Philippe-Chrétien Schweitzer, prefeito de Pfaffenhofen, na Alsácia. Louis era irmão de Charles Schweitzer, pai de Anne-Marie Schweitzer, mãe do filósofo francês Jean-Paul Sartre.
Formou-se em teologia e filosofia na Universidade de Estrasburgo, onde, em 1901, o nomearam docente. Tornou-se também um dos melhores intérpretes de Bach e uma autoridade na construção de órgãos.
Aos trinta anos, gozava de uma posição invejável: trabalhava numa das mais notáveis universidades européias; tinha uma grande reputação como músico e prestígio como pastor de sua Igreja. Porém, isto não era suficiente para uma alma sempre pronta ao serviço. Dirigiu sua atenção para os africanos das colônias francesas que, numa total orfandade de cuidados e assistência médica, debatiam-se na dura vida da selva.
Em 1905 iniciou o curso de medicina, e seis anos mais tarde, já formado, casou-se e decidiu partir para Lambaréné, no Gabão, onde uma missão necessitava de médicos. Ao deparar-se com a falta de recursos iniciais, improvisou um consultório num antigo galinheiro e atendeu seus pacientes enfrentando obstáculos como o clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não entendia, a carência de remédios e instrumental insuficiente.
Tratava de mais de 40 doentes por dia e paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em beneficio do próximo.
Com o início da I Grande Guerra, os Schweitzers foram levados para a França, como prisioneiros de guerra. Passaram praticamente todo o período da guerra confinados num campo de concentração. Nesse período, Albert escreve sobre a decadência das civilizações.
Se hoje em dia médicos que vão à África para colaborar em causas humanitárias se deparam com os cenários mais hostis e impróprios de trabalho, imaginem ele em 1913, improvisando consultório num antigo galinheiro e atendendo cerca de 40 pacientes por dia. Pergunto: Você conseguiria? Teria essa disposição? Essa paixão, amor e força de vontade? É no mínimo louvável.
No período da primeira guerra mundial, tudo o que havia construído foi destruído. E tendo o humanismo e a humanidade como a direção do seu olhar, decidiu realizar na Europa uma série de conferências, com o único intuito de colher fundos para reconstruir sua obra na África. Torna-se muito conhecido em todos os círculos intelectuais do continente, porém, a fama não o afastou dos seus projetos e sonhos. Ao retornar a Lambaréné, desta vez acompanhado de médicos e enfermeiras dispostos a ajudá-lo, reergue o hospital.
Em cada respirar e agir Schweitzer ensinou que devemos ter respeito por todas as formas de vida. Dizia que devemos lutar contra o espírito inconsciente de crueldade com que os animais são tratados e, sobre si afirmava: “Eu sou vida que deseja viver, em meio a outras vidas que também desejam viver.”
Já passados seus 80 anos, começou uma campanha contra as armas nucleares e atuou silenciosamente através de personalidades influentes; alertou sobre os efeitos das guerras e as posteriores conseqüências metereológicas delas sobre o planeta. Tanta foi sua luta pela paz e pelo respeito à vida que chegou a ser consultado por políticos dos EUA, Inglaterra e Índia para a conquista da paz mundial e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1952 pelo trabalho humanitário que desenvolveu.
Deixa seu legado de amor e compaixão, mas também de sonhos que podemos realizar. Como ele bem disse:”O sucesso não é chave para a felicidade mas a felicidade é chave para o sucesso”
“Até que não estendamos nosso círculo de compaixão a todos os seres vivos, a humanidade não terá paz.”