A paciência e o silêncio são as principais virtudes das pessoas sábias e fortes
Silêncio e paciência são dois lados da mesma moeda, dois elementos que, se devidamente cultivados e combinados, podem nos ajudar a viver melhor e tornar nossas ações mais eficazes. Muitas pessoas – as mais afortunadas – já nascem com essas inclinações, mas outras precisam aprender a implementá-las, através de um trabalho sobre si mesmas e da análise de experiências de vida. Vamos ver quais são as características dessas duas atitudes benéficas.
Paciência
Ser paciente significa ter uma grande virtude, uma qualidade rara e que ainda mais raramente podemos aprender ou aplicar quando necessário. Na vida nenhum resultado é garantido, muitas vezes as coisas vão no sentido oposto aos nossos desejos, mas isso não significa que saber esperar pelas situações não pode mudar a nosso favor.
Paciência é a capacidade de não se render, a calma em aceitar o que acontece, para que você possa ser lúcido o suficiente para reagir e implementar as contramedidas apropriadas. Apenas com o tempo você aprende a esperar, para aproveitar o momento certo para agir.
Os que estão com pressa geralmente pensam que perderam o último trem, quando na verdade era só um pouco atrasado, basta ter a paciência de esperar.
Paciência esta intimamente ligada ao Silêncio
Poderíamos dizer que tanto o silêncio quanto a paciência são duas faces de uma mesma moeda, uma moeda sábia e de raízes muito antigas.
Um exemplo disso é toda a cultura dos índios nativos norte-americanos que o escritor Kent Nerburn nos deixou com livros como: “Nem cão, nem lobo: a psicologia de um velho índio.”
Em todos os seus trabalhos surge a importância que esse povo dava ao conceito de silêncio e paciência. Vejamos alguns exemplos simples.
Os nativos americanos e o silêncio
Os dakota pertencem à tribo dos sioux, da América do Norte. São um povo com uma espiritualidade muito rica, profunda e tão chamativa que ainda hoje podem continuar nos dando grandes ensinamentos.
Os dakota exaltam um vínculo com o invisível, com essa entidade que simboliza a união com outras pessoas, com os amigos, as famílias e os entes queridos.
Esse vínculo se estabelece através do respeito e, principalmente, com o silêncio. É a capacidade mais respeitosa entre duas pessoas, onde não só se cala para escutar, mas também faz-se silêncio como um presente com o qual compartilhar tempo e cumplicidade.
Se pensarmos bem, nos daremos conta de que, muitas vezes, quando estamos com alguém e logo surge um silêncio, nos sentimos incomodados e para evitar isso costumamos dizer a primeira coisa que nos vem à cabeça. É preciso mudar essa visão.
Não há nada mais mágico do que um grupo de amigos que se sente cômodo quando surge o silêncio. Não há obrigação de falar, só de “estar presente”, de ficar unidos por esse vínculo invisível do qual os dakota falam.
Por sua vez, para os nativos americanos o silêncio é a virtude através da qual somos conscientes de tudo aquilo que nos envolve e que nos prende à terra: a natureza, as pessoas, o ciclo da vida e inclusive nós mesmos, nossos pensamentos.
Aspectos nos quais devemos nos aprofundar e refletir sempre
A paciência, uma arte que ninguém nos ensina
Quase ninguém nos ensina que, quando chegamos neste mundo, as coisas não acontecem sempre como nós queremos. Ainda, nada nos assegura que, por mais que nos esforcemos em algo, acontecerá aquilo que nós esperamos.
Dizem que a paciência é “santa”, mas na realidade é uma arte que se adquire com o tempo, com base em decepções e aprendizagens que a vida nos ensina à força, e não por meio de manuais.
Ser paciente requer, acima de tudo, não fraquejar, não se render. Se algo não acontece assim como desejamos, não devemos abandonar o propósito, porque a paciência também é calma e confiança.
As pessoas pacientes sabem observar, pensam em silêncio, atendem ao seu redor e desenvolvem sua intuição para descobrir qual é a melhor oportunidade para atuar.
Quem não é capaz de afastar esse barulho externo, os pensamentos negativos e as opiniões derrotistas de outras pessoas e de si mesmo, jamais chegará ao seu objetivo.
Porque ser paciente requer também ter a sabedoria que é capaz de determinar o que evitar e quais caminhos seguir.
Se temos um sonho, não devemos deixar que outros o apaguem com fatalismo e frases como “pare de pensar nisso porque sua hora já passou”.
As pessoas pacientes sabem se situar na melhor plataforma da vida. Nessa por onde sempre passam os melhores trens, ainda que demorem.
Toda espera valerá a pena porque, enquanto esperamos, desenvolvemos outras aptidões: perseverança, coragem, resiliência e antes de tudo… Esperança.
O silêncio
Ser silencioso não significa não dar voz à sua opinião, mas simplesmente entender quando é hora de calar a boca. O silêncio é a pausa que nos permite ouvir os outros, e isso nos dá o direito de falar quando a nossa vez chegar. O silêncio é uma forma discreta de respeito, e é também uma maneira de expressar cumplicidade.
Muitas vezes, quando você está com um estranho e há muito silêncio, você está inclinado a dizer qualquer coisa porque se sente desconfortável. Por outro lado, quando há familiaridade e compreensão, você nem precisa de uma palavra, basta estar presente e desfrutar do prazer de estar junto, unidos por um vínculo profundo e invisível.
O silêncio também é um presente porque nos dá a oportunidade de perceber tudo o que nos rodeia, das coisas às pessoas, da natureza à nossa vida interior.
Paciência e silêncio, duas faces da mesma moeda, que nos ajudam a desenvolver nossa personalidade e a nos tornarmos melhores indivíduos.
Fonte: Namastê e Gratidão